quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os gêneros: Comédia e Tragédia


             As peças de teatro na Grécia antiga contavam histórias dos mitos gregos, onde os deuses eram muito importantes. Elas passaram a ser representadas em espaços especiais, que são parecidos com os teatros de hoje. Eram construções em forma de meia-lua, cavadas no chão, com bancos parecidos com arquibancadas, chamados teatros de arena.

              
          Um dos mais famosos está em pé até hoje, em Atenas, na Grécia, e se chama Epidaurus. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs. Os atores representavam usando máscaras e túnicas de acordo com o personagem. Muitas vezes, eram montados cenários bem decorados para dar maior realismo à encenação.
             Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias.
                                                                    


                                                                        
                                                                    A TRAGÉDIA

Do grego "tragoidía" ("tragos" = bode e "oidé" = canto). Canto ao bode é uma manifestação ao deus Dioniso, que se transformava em bode para fugir da perseguição da deusa Hera. Em alguns rituais se sacrificavam esses animais em homenagem ao deus.
As tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus bocados. Apresentava como principais características o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários.
Era constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas. Os atores obrigatoriamente usavam máscaras, e figurinos muito coloridos e ricos contrastando com a vida cotidiana (Cabeleira postiça, túnicas, manto, máscara e, às vezes, barbas). As mulheres não participavam das apresentações teatrais (não existiam atrizes). Os papéis femininos eram representados pelos homens, daí a necessidade maior ainda de máscaras.
Diferentemente do drama, na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu sofrimento é irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino de matar o pai, Laio, e se casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da mitologia grega que serviram de base para o teatro.
Ésquilo e Sófocles e Eurípedes são os dramaturgos de maior importância desta época. Os três escreveram cerca de 300 peças, das quais apenas 10% chegaram até nós

                                                      AS COMÉDIAS


As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida.
A origem da comédia é a mesma da tragédia: as festas ao deus Dioniso. A palavra comédia vem do grego "komoidía" ("komos" remete ao sentido de procissão).
Na Grécia havia dois tipos de procissão que eram denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas, fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas, brincando com os habitantes da cidade. No segundo tipo, era celebrada a fertilidade da natureza.
Apesar de também ser representada nas festas dionisíacas, a comédia era considerada um gênero literário menor. É que o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto o da comédia era escolhido entre as pessoas da platéia.
Também a temática diferia nos dois gêneros. A tragédia contava a história de deuses e heróis. A comédia falava de homens comuns.

Principais Características da Comédia:

•Obra teatral em versos;
•Caráter burlesco, leve e humorado;
•Envolve ações ordinárias, corrigidas por meio do ridículo;
•Possui importantes implicações filosóficas e morais;
•Personagens ilustres e gente comum das ruas (o povo em geral)
•Versa sobre instrumentos opressores da sociedade, sobre a burocracia, valorização do dinheiro...

                                                      A Comédia Antiga:


A comédia antiga foi introduzida 50 anos após a tragédia, sua principal finalidade era a de criticar a política (tratava dos problemas da polis). Foi muito combatida pelos governantes e ocorreu em um momento onde a democracia ateniense a favorecia.
Baseava-se em uma mistura de fantasia, crítica, obscenidade, paródia e insulto social, pessoal e principalmente político.
A encenação da comédia antiga era dividida em duas partes, com um intervalo. Na primeira, chamada "agón", prevalecia um duelo verbal entre o protagonista e o coro.
No intervalo, o coro retirava as máscaras e falava diretamente com o público para definir uma conclusão para a primeira parte. A seguir, vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer os problemas que surgiram no "agón".
A comédia antiga, por fazer referência engraçadas aos mortos, satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve sempre a sua existência muito ligada à democracia.
Com a queda de Atenas, levou consigo a democracia e, conseqüentemente, pôs fim a comédia antiga.

                                                          Comédia Nova


Após a capitulação de Atenas frente a Esparta, surgiu a comédia nova, que se iniciou no fim do século 4 a.C. e durou até o começo do século 3 a.C. Essa última fase da dramaturgia grega exerceu profunda influência nos autores romanos, especialmente em Plauto e Terêncio.
Sua temática girava em torno de: problemas sentimentais de jovens casais, casamentos, intrigas, briga de vizinhos e de tipos e costumes que cercavam essas situações básicas.
Seus personagens oscilavam entre pessoas do povo (escravos, militares, cozinheiras,...) e nobres.
Características: vida privada, intimidade dos cidadãos, amor, prazeres da vida, intrigas sentimentais,...
Neste momento não se encontra a presença do coro. Ele foi extinto.
O maior representante deste tipo de comédia foi Menandro..



                                          Tragédia X Comédia


Tragédia:

•Estilo nobre e elevado, que desperta, fatalidade, purgação, compaixão, piedade, terror.
•Herói: Rei, pessoas ilustres e com poder, etc.
•Fundamentava-se na temática mitológica.
•Júri composto por pessoas escolhidas pelo magistrado. Pessoas de famílias aristocráticas e que se destacavam na sociedade.
Comédia:

•Retratação de aspectos caricaturados ou fantásticos;
•Herói: Palhaço, bobo, inocente, santo, idiota, trapalhão, fingidor, etc.
•Não possuía nenhum padrão rígido de fundamentação mitológica. Elaborava críticas ao político, governantes e costumes da época.
•Júri composto por cinco pessoas da platéia escolhidas por sorteio.

Máscara de Tragédia


Máscara da Comédia

Comédia e Tragédia















                 

        
                    
                     
                     
       
            FONTES:  1 2,  3,  4,  5 e 6

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Principais Atores

Embora sejam registrados muitos autores especialmente na época áurea do teatro grego, somente de quatro nos chegaram peças integrais, todos eles de Atenas: ÉsquiloSófocles e Eurípedes na tragédia, e Aristófanes na comédia. Suas criações, e mais referências de fontes secundárias como Aristóteles, são a base para o conhecimento do teatro da Grécia Antiga.




Ésquilo foi um dramaturgo da Grécia Antiga. É reconhecido frequentemente como o pai da tragédia, e é o mais antigo dos três trágicos gregos cujas peças ainda existem (os outros são Sófocles e Eurípedes). De acordo com Aristóteles, Ésquilo aumentou o número de personagens usados nas peças para permitir conflitos entre eles; anteriormente, os personagens interagiam apenas com o coro. Apenas sete de um total estimado de setenta a noventa peças feitas pelo autor sobreviveram à modernidade; uma destas, Prometeu Acorrentado, é tida hoje em dia como sendo de autoria de um autor posterior.
Pelo menos uma das obras de Ésquilo foi influenciada pela invasão persa da Grécia, ocorrida durante sua vida. Sua peça Os Persas continua sendo uma grande fonte de informação sobre este período da história grega. A guerra teve tamanha importância para os gregos e para o próprio Ésquilo que, na ocasião de sua morte, por volta de 456 a.C., seu epitáfio celebrava sua participação na vitória grega em Maratona, e não seu sucesso como dramaturgo.



Sófocles  foi um dramaturgo grego, um dos mais importantes escritores de tragédia ao lado de Ésquilo e Eurípedes, dentre aqueles cujo trabalho sobreviveu. Suas peças retratam personagens nobres e da realeza. Filho de um rico mercador, nasceu em Colono, perto de Atenas, na época do governo de Péricles, o apogeu da cultura helênica.
Suas primeiras peças foram escritas depois que as de Ésquilo e antes que as de Eurípedes. De acordo com a Suda, uma enciclopédia do século X, Sófocles escreveu 123 peças durante sua vida, mas apenas sete sobreviveram em uma forma completa. Por quase 50 anos, Sófocles foi o mais celebrado dos dramaturgos nos concursos dramáticos da cidade-estado de Atenas, que aconteciam durante as festas religiosas Leneana e Dionísia. Sófocles competiu em cerca de 30 concursos, venceu 24 e, talvez, nunca ficou abaixo do segundo lugar; em comparação, Ésquilo venceu 14 concursos e foi derrotado por Sófocles várias vezes, enquanto Eurípides ganhou apenas quatro competições.
Também trabalhou como ator. Foi ordenado sacerdote de Asclépio, o deus da medicina, e eleito duas vezes para a Junta de Generais, que administrava os negócios civis e militares de Atenas. Dirigiu o departamento do Tesouro, que controlava os fundos da Confederação de Delos.
Em suas tragédias, mostra dois tipos de sofrimento: o que decorre do excesso de paixão e o que é consequência de um acontecimento acidental (destino). Reduziu a importância do coro no teatro grego, relegando-o ao papel de observador do drama que se desenrola à sua frente. Também aperfeiçoou a cenografia e aumentou o número de elementos do coro de 12 para 15, porém esse número pode variar de acordo com o poeta que define a tragédia. Sua concepção teatral foi inovadora e elevou o número de atores de dois para três.



Eurípides  (Salamina, ca. 480 a.C. — Pela, Macedônia, 406 a.C.) foi um poeta trágico grego, do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina. Tratou dos problemas triviais da sociedade ateniense de seu tempo, com o intuito de moderar o homem em suas ações, que se encontravam descontroladas e sem parâmetros, pois o que se firmava naquela sociedade era uma mudança de valores de tradições que atingiam diretamente no modo de pensar e agir dos homens gregos.


Aristófanes  foi um dramaturgo grego. É considerado o maior representante da Comédia Antiga.
Nasceu em Atenas e, embora sua vida seja pouco conhecida, sua obra permite deduzir que teve uma formação requintada. Aristófanes viveu toda a sua juventude sob o esplendor do Século de Péricles. Aristófanes foi testemunha também do início do fim daquela grande Atenas. Ele viu o início da Guerra do Peloponeso, que arruinou a hélade. Ele, da mesma forma, viu de perto o papel nocivo dos demagogos na destruição econômica, militar e cultural de sua cidade-estado. À sua volta, à volta da acrópole de Atenas, florescia a sofística -a arte da persuasão-, que subvertia os conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da sua civilização. Conta-se que teve dois filhos, que também seguiram a carreira do pai.



Sófocles
Ésquilo


































Fonte